segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Realmente se tem liberdade religiosa no Brasil?

Eu gostaria de iniciar com um texto bíblico de um tempo onde a igreja de Cristo passou à ser perseguida no império romano. O primeiro versículo do capítulo 8 do livro de Atos dos Apóstolos diz o seguinte:

“E Saulo consentia na sua morte. Naquele dia, levantou-se grande perseguição contra a igreja em Jerusalém; e todos, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judeia e Samaria.”

Antes de iniciar no tema em questão, se faz necessário contextualizar este versículo anteriormente citado. O livro de Atos dos Apóstolos foi escrito por Lucas, o mesmo autor do evangelho que leva seu nome. Diferente de Mateus e João, que foram testemunhas oculares dos feitos de Cristo, Lucas fez um excelente trabalho de historiador e pesquisou sobre a vida do Messias na terra para manter seu trabalho fiel aos acontecimentos e rico em detalhes.

O livro de Atos dos Apóstolos é uma continuação do primeiro livro de Lucas: o evangelho por ele escrito. Lucas inicia seu segundo livro canônico com relatos dos fatos posteriores aos acontecimentos finais do seu evangelho. No evangelho Segundo Lucas, o autor narra os acontecimentos da vida do Messias, do Seu nascimento à Sua ascensão, e o livro de Atos dos Apóstolos inicia logo após a ascensão de Cristo nos ares e a continuação do crescimento do Reino de Cristo na terra orquestrado pelos Apóstolos.

O versículo 8 do primeiro capítulo do livro de Atos nos traz um resumo de todo o livro. O texto diz o seguinte:

“mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo , e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda Judeia e Samaria e até aos confins da terra”

Cristo assim falou à Seus discípulos e logo em seguida ascendeu ao Céus. Com isso, Jesus predisse à Seus apóstolos como se daria o crescimento do Seu Reino na terra. E de fato foi assim, nos capítulos 1 e 2 do livro de Atos, Lucas narra o testemunho dos apóstolos que permaneceram em Jerusalém e receberam o Espírito Santo no dia de Pentecostes. Nos capítulos de 3 a 7 o autor narra os acontecimentos em Jerusalém e o testemunho apostólico naquele lugar. Em seguida, nos capítulos de 8 a 11 Lucas narra os testemunhos dos apóstolos na Judeia e em Samaria. E a partir do capítulo 13 até o final do livro é narrado os acontecimentos que levaram a expansão do Reino até os confins da terra, como as viagens missionária de Paulo e como o evangelho fora recebido por onde o apóstolo o pregasse.

O texto anteriormente citado de Atos 8:1 traz o último relato de Lucas dos acontecimentos do testemunho dos apóstolos em Jerusalém, concluindo-se com o martírio de Estevão, ou seja, a morte em que Saulo consentia citada no texto. Logo após a morte de Estevão teve início uma grande perseguição contra a igreja de Cristo, orquestrada principalmente por Saulo. E, em virtude disso, os cristãos, exceto os apóstolos, foram expulsos de Jerusalém e se refugiaram nas regiões da Judeia e Samaria. Todavia, este infortúnio contribuiu para o cumprimento das palavras de Cristo citadas por Lucas em Atos 1:8, começando assim o testemunho apostólico na Judeia e Samaria.

Após esta breve introdução, pode-se iniciar o tema em questão: existe de fato liberdade religiosa no Brasil?

A liberdade religiosa, segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos é um dos direitos fundamentais da humanidade. No Brasil isto é assegurado por lei no artigo 5º, inciso VI, da Constituição que diz:

 "É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias".

Respondendo à pergunta inicial: no Brasil existe sim liberdade religiosa. Entretanto, nos últimos tempos é possível notar que alguns dos princípios fundamentais da fé cristã vem sendo alvo de ataques no país. O princípio da família tradicional, por exemplo, vem recebendo críticas e ataques por parte da mídia (televisão, rádio, internet), de movimentos LGBTs, de partidos políticos e de pessoas influentes na sociedade.

As Escrituras são claras ao afirmar que o Pai criou macho e fêmea (Gn 1.27; Mc 10.6-8; ICo 11.12) e que o casamento deve ser o homem deixando a casa de seus pais e unir-se à sua mulher para ambos sejam uma só carne. O que passar disso, é contrário à Escrituras (Lv 20.13; Rm 1.26,27). Todavia iniciou-se nos últimos tempos uma tentativa de deturpar estes princípios por meio da divulgação de todo tipo de material contrário e aqueles que se manifestam em favor dos princípios bíblicos são taxados de preconceituosos, homofóbicos e intolerantes.

Uma outra ideia muito disseminada atualmente, que já virou senso comum, é que todo pastor de igreja evangélica é ladrão e que todo líder cristão só busca o enriquecimento às custas dos fiéis. Infelizmente alguns falsos mestres já estão entre nós, como prescrito por Cristo (Mt 24.5; Lc 21.8), que vem em nome dEle até mesmo operando grande sinais, porém seus corações não estão nEle. Entretanto a sociedade já toma como verdade que todo pastor é vigarista e que só busca enriquecer com os dízimos e ofertas. Com isso, um cristão que se apresenta na sociedade como evangélico já é visto como “o bobo” que está contribuindo para o enriquecimento de seus líderes.

Com o crescimento do televangelismo brasileiro nas últimas décadas, a fé evangélica se colocou em evidência com os pastores que prometem curas milagrosas e prosperidade financeira. Com isso, o evangélico na sociedade foi sendo moldado com essa imagem. Entretanto, por não conhecerem a fé evangélica de fato, todo cristão evangélico hoje é taxado da mesma forma. Com isso, a fé cristã, os evangélicos neste caso, são perseguidos nas redes sociais, nas faculdades e outras instituições sociais e taxados como contribuintes daqueles que “vendem a fé”.

Em contrapartida, as religiões ditas “das minorias”, como as de origem africana e árabe por exemplo, são supervalorizadas, enquanto as de origem cristãs são atacadas. Na mídia brasileira recentemente foi ao ar uma notícia onde um traficante de drogas usando o nome de Cristo destruiu um terreiro de umbanda. Com essa notícia foi veiculado que os cristãos são intolerantes e que não respeitam as outras religiões. De fato, alguns cristãos realmente não sabem respeitar as pessoas por trás dessas religiões. Mas, neste caso exemplificado, a mídia inteira se comoveu ao dizer que as religiões africanas sofrem perseguição, mas não se comovem com casos onde os cristãos e seus princípios sofrerem perseguições diariamente, demonstrando claramente que a mídia não é imparcial nestes casos.  

No Brasil pode existir liberdade religiosa. Graças à Deus podemos nos reunir em nossas comunidades de fé, podemos andar pelas ruas com nossos exemplares da Bíblia Sagrada e podemos cultuar livremente em todo território nacional. Entretanto, esta perseguição aos princípios cristão e bíblicos pode ser o início para uma repressão à nossa fé. Parlamentares já propuseram que fosse retirados  da Bíblia Sagrada os textos, segundo eles, considerados homofóbicos. Também já propuseram a distribuição de cartilhas para crianças que ensinam práticas hetero e homossexuais. Com isso se vê que a repressão está aumentando e que a perseguição aos princípios bíblicos pode culminar em uma perseguição aos cristãos em si.

Meus irmãos, nos resta clamar à Deus para que nossa fé prevaleça. Mesmo que haja perseguição, mesmo que nossa fé seja taxada de homofóbica ou preconceituosa, mesmo que a mídia esteja contra a Bíblia, nos cabe prevalecer na fé e nos atermos às Escrituras somente.

Como cristãos devemos respeitar todo aquele que professa uma fé diferente da fé cristã. Mas não podemos nos render e deixar que nos imponham suas ideologias contrárias às Escrituras. Não podemos deixar que nossos filhos sejam expostos à praticas que desrespeitem aos ensinamentos Divinos. Nem nos calarmos diante de tal perseguição, mesmo sendo injustamente taxados de preconceituosos ou intolerantes.

No texto de Atos 8 - convido-lhe a ler todo o capítulo – se vê que em meio a perseguição surgiu a oportunidade de pregação. Logo após ser expulso de Jerusalém, Felipe iniciou a pregação do evangelho em Samaria e muitos se converteram. Por isso, se a perseguição persistir, se aumentar ou cessar, o dever do cristão é continuar pregando e anunciando a Cristo. Independentemente de qualquer circunstância, cabe ao servo de Cristo pregar e anunciar o que as Escrituras nos ensinam. Cristo em João 16.36 diz que no mundo haveriam aflições, mas Ele nos estimula a ter bom ânimo, porque Ele mesmo já venceu o mundo. No sermão da montanha, descrito por Mateus no capítulo 5, nos versículos 10 e 11 Cristo diz:

“Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;
Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.

No texto grego original, “bem-aventurado” foi traduzido de “makarios” (μακαριος), que, segundo o dicionário de James Strong, significa: “feliz”. Cristo disse que seremos felizes mesmo em meio as perseguições por causa do Seu nome e por causa da justiça. Mesmo em meio as perseguições cotidianas, ao término de tudo, teremos um final feliz. Na segunda carta de Paulo as Coríntios, capítulo 4, versículo 9 o apóstolo diz que podemos ser perseguidos, mas nunca seremos desamparados. Aquele que nos enviou nos mantém amparados em meio à todas as perseguições.

Deus abençoe!



C. H. Oliveira

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

O Pecado

Hoje em dia vem sendo pregado um evangelho “adoçado”, onde não se fala da depravação e pecaminosidade do homem. Na maioria dos púlpitos, só se escuta palavras de bênçãos e vitórias, mas não se fala da necessidade de se distanciar do pecado e se santificar progressivamente a cada dia.

Pecado, nas Escrituras, aparece no Antigo Testamento como o termo hebraico (חטאת) chatta’th, que, segundo Strong, é traduzido como “pecado” ou “ato pecaminoso”. Já no Novo Testamento, o termo usado no grego é (αμαρτανω) hamartano ou harmatia, que, também segundo Strong, significa “errar o alvo”, “desviar-se da Lei de Deus.
Como o apóstolo Paulo escreveu em sua carta aos Romanos, no capítulo 7, a Lei só é válida até a morte, Paulo dá o exemplo da lei do casamento, que a mulher se deitar com outro homem enquanto seu marido for vivo, esta estará em adultério, mas se o seu marido falecer, esta estará livre da lei do casamento com aquele homem e poderá se casar novamente. Logo, Jesus tendo morrido, levando nossas iniquidades (Is. 53:5), estamos livres da Lei de Moisés – não entenda mal: isto não quer dizer que podemos descumprir os Mandamentos matando, adulterando ou furtando; isto apenas quer dizer que não há necessidade da Lei para nos apresentarmos diante de Deus “limpos”, pois Cristo nos limpou de nossos pecados (descumprimentos da Lei) na Cruz.


Mas Paulo explica que a Lei de Deus é boa, mas nós homens que somos ruins e de natureza pecaminosa e não conseguimos cumprir a Lei em sua plenitude, logo, precisamos de Cristo para nos justificar de nossos erros. Segundo o apóstolo, não saberíamos o que é pecado, se Deus não tivesse dado a Leis, mas o pecado que há em nós, aproveitando-se da Lei, implantou em nossos corações desejos pecaminosos (Rm 7:8). Mas os cristãos devem buscar fugir daquilo que é pecaminoso e pedir ao Pai que não os deixe cair na tentação de pecar (Mt 6:13).

Aqueles que são cidadãos de bem, íntegros em suas obrigações para com o Estado, de certa forma, não descumpre a lei da nação, tanto por sua integridade moral, mas também sabendo que se o fizer deverá sofrer com as consequências de seus atos, respondendo processos na justiça, ou, até mesmo sendo recluso por um determinado tempo na cadeia. De igual forma, como cristãos, deveríamos ter o mesmo “medo” das consequências de nossos pecados, pois um dia estaremos diante do Santo Juiz onde nossos pecados serão expostos. Devemos buscar nos santificarmos a cada dia, pois quando este dia chegar, por mais que Cristo já tenha nos justificado de cada pecado, ainda devemos prestar contas de nossos erros.


Meu amado irmão, minha amada irmã, todos nós somos pecadores (Rm 3:23), mas devemos lutar diariamente com a nossa carne para não cometermos qualquer ato que seja contrário a Lei de Deus. Mas se errarmos, temos um Mediador: “Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo” 1 João 1:2


Deus abençoe!


C. H. Oliveira




quinta-feira, 6 de abril de 2017

O Objetivo da Lei - Exposição à Romanos 7

Paulo escreveu a carta aos Romanos como forma de apresentar a si e a sua pregação aos crentes que estavam em Roma. Não se sabe ao certo quem fundou a igreja em Roma, mas Paulo demonstra interesse em visitá-la, por isso, antecedendo sua visita, Paulo lhes envia esta carta. 

A pregação de Paulo para os Romanos nesta carta é bem específica: ele escreve tanto para judeus convertidos quanto para cristãos de origem gentílica, ou seja, pagãos que se converteram à fé cristã. O apóstolo vai falar, sobre pecado e justificação para esses dois públicos. 

No capitulo 7, Paulo escreve, especificadamente, para os que eram de origem judaica (v.1). Paulo irá mostrar que a lei só é válida enquanto se estiver vivo, pois a morte anula o domínio da lei sobre o indivíduo. Para explicar melhor essa ideia, o apóstolo irá fazer uma analogia com o casamento: quando a mulher está casada e se deitar com outro, ela será chamada de adúltera, mas se o marido morrer e ela se casar novamente, ela não será adúltera, pois a morte do marido a libertou da lei do casamento (vv. 2,3). Assim ele mostra que, morremos para a lei para pertencermos à Cristo. 

Paulo mostra que é necessária a existência da lei para que houvesse pecado (vv. 7,8). Etimologicamente, o termo "pecado", do grego "αμαρτία", significa: "errar o alvo", este alvo são os mandamentos Divinos, logo, se pode definir o termo "pecado" como descumprir algum mandamento de Deus. Se não existisse a Lei, logo não haveria pecado. O pecado estaria morto. Podemos então dizer que a função da Lei foi nos mostrar o que é pecado. E o pecado, aproveitando a existência de Lei, fez subir ao coração do homem o desejo pecaminoso (v. 8). Sendo assim, a Lei que deveria produzir vida, produziu morte ao coração do homem. Não que a Lei seja má, ou não seja espiritual, mas nós seres humanos que não estávamos preparados para receber a Lei Divina, pois nossa natureza já era pecaminosa deste nosso pai Adão. Então não estávamos prontos para seguir os mandamentos Divinos. 

Paulo afirma que nada de bom habita em sua carne (v. 18), pois ele não conseguia fazer o bem que ele gostaria de fazer, mas o mal que ele não queria fazer ele continuava fazendo, concluindo assim que a Lei era boa, ele que não era. 

Logo conclui-se que a função da Lei Divina é expor a natureza pecaminosa do homem e mostrar a necessidade  de um Salvador (vv 24,25). 

Éramos escravos do pecado por não conseguirmos cumprir a Lei, mas agora vivemos para Cristo, e nEle, mesmo que, com a nossa carne, sejamos escravos do pecado, com o nosso entendimento servimos a Lei de Deus. 

Deus abençoe!

C. H. Oliveira 

segunda-feira, 13 de março de 2017

O Cristão e o Politicamente Correto

                      O politicamente correto é uma ideologia que consiste em excluir toda e qualquer forma de discriminação, pregando uma linguagem neutra de qualquer preconceito. Em sua base, à primeira vista, parece uma ideologia que todos deveriam adotar, afim de não discriminar nenhum indivíduo. Entretanto, indo mais a fundo nessa ideia, logo se vê que essa política é contra o que diz as Escrituras.

                     As Escrituras nos ensinam a julgar segundo a “reta justiça” (Jo 7:24), baseado nisso, devemos ter a Santa Palavra de Deus como regra de fé e vida. Nela vemos, por exemplo, texto que irão contra algo que muito tem sido ensinado: a ideologia de gênero, que prega que o homem não nasce homem e que a mulher não nasce mulher, que isso é uma construção social, porém a Bíblia nos mostra que o Pai criou “macho e fêmea” (Gn 1.27). Num mundo politicamente correto, ao afirmar essa verdade bíblica você seria taxado de “preconceituoso” e “arrogante”.

                     A Bíblia ensina também, que os maridos devem amar suas esposas como Cristo amou a igreja (Ef 5.25), num mundo politicamente correto, até mesmo o ato de um homem pagar a conta num restaurante para a sua esposa ou namorada, ou puxar a cadeira para ela se sentar, podem ser considerados atos de preconceito, pois o homem se achou superior ao fazê-los e acha que a mulher é sua propriedade.  Sendo que o homem só quis ser romântico e fazer sua companheira feliz.

                      Ser um cristão não significa aceitar todas as deturpações que possam ser impostas pela sociedade. Independentemente do que está sendo ensinado pela maioria, a Bíblia deve sempre ser o manual de vida do crente. Não devemos ofender as pessoas, mas a partir do momento em que quiserem impor alguma ideia que esteja em desacordo com as Escrituras, devemos sempre aceitar o que diz a Palavra de Deus, ofendendo a quem ofender!


Deus abençoe!


C. H. Oliveira





quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Você Pode Ser Um Homicida e Não Saber!!! - 1 Jo 3:11-24

Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si
1 João 3:15

João escreveu esta carta provavelmente entre 85 e 90 d.C., sendo ele o único discípulo de Jesus ainda vivo, ele não a endereçou a ninguém, provavelmente esta carta tenha sido escrita para ser enviada a várias igrejas gentis. Esta carta é uma carta pastoral e instrutiva, foi escrita para dar segurança aos cristãos na fé e se opor aos falsos ensinos. Alguns chamam João de “o apostolo do amor”, pois ele vai falar muito sobre este tema em seus escritos.

João inicia, no versículo 11 reforçando que o mandamento de amarmos uns aos outros nos é ensinado desde o princípio, sendo este mandamento um ensinamento básico da fé cristã. Todo cristão, sem dúvida, tem conhecimento deste ensinamento, porém, a maioria de nós não o cumprimos de fato.
Nos versículos seguintes, João vai citar o episódio em que Caim mata seu irmão, expondo o real motivo deste homicídio: Caim era do Maligno e suas obras eram más e a de seu irmão eram justas. João vai dizer para não nos maravilharmos se o mundo nos odiar (v13). João aqui está reforçando que o amor fraternal, o amor uns pelos outros não é algo natural no mundo, pois, assim como Caim, os que são do mundo são do Maligno, e não conhecem o amor.
João, no versículo 14 diz que “passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte”, ou seja, nós não somos mais mundanos, agora que somos de Cristo, consequentemente amamos uns aos outros. João diz que, “aquele que não ama, permanece na morte”, com isso, ele quer dizer que, quem não ama o seu irmão, não se converteu realmente, estando ainda morto.
João prossegue, ainda fazendo um paralelismo com o episódio de Caim e Abel, dizendo que quem não ama seu irmão é assassino, e os assassinos não tem a vida eterna. João aqui é extremamente claro, quem não ama seu irmão, quem não ama o seu próximo é comparado a Caim, sendo ele um homicida e do Maligno, não alcançando a vida eterna.
No versículo 16, o apóstolo vai mostrar o porquê de, diferente dos que estão no mundo, conhecermos o amor: “Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos.”. Cristo deu a vida por nós, assim devemos nos doar a nossos irmãos, pois, nos foi anunciado este evangelho do amor, que Cristo nos amou e se deu na cruz em favor de nós, assim, podemos também nos doarmos um pouco em favor de nosso semelhante.
João, no versículo 18, vai reforçar algo que muito acontece no nosso meio: devemos amar uns aos outros de verdade, não somente nas palavras. É muito fácil dizer que amamos nosso irmão, mas não fazer nada por ele, ou até mesmo fazer algo por ele que o ajude em alguma necessidade, mas não o amando de fato. O amor deve ser verdadeiro, deve ser praticado não por culpa, ou esperando algo em troca, o amor deve ser praticado de coração, não em palavras.
Se somos cristãos, então devemos seguir os ensinamentos de Jesus!
João 15:12, Cristo diz: “​O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei”.

Deus abençoe!


C. H. Oliveira 


domingo, 29 de janeiro de 2017

[Estudo] O Jovem e a Teologia - 2Tm 3:14-17

Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste ​e que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus.
​Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.
2 Timóteo 3:14-17

Eu me interessei por teologia quando tinha uns 15 anos de idade, comecei a estudar mais a fundo e me apaixonei por ela. Eu tenho 24 anos e sou jovem, o que derruba o pensamento de que o jovem não se interessa por Teologia. Eu gostaria de falar com vocês um pouco sobre teologia e a importância de o jovem estudar teologia, incluindo alguns atributos específicos do jovem que podem contribuir ou influenciar nos estudos.
A palavra Teologia é derivada de duas palavras gregas: “theos” e “logos”, theos que significa “Deus” e logos que significa, neste contexto: “conhecimento”, “ciência”. Ou seja, Teologia é o estudo das coisas de Deus, o estudo das coisas divinas. A teologia de divide em, pelo menos, três ramos:
Teologia Bíblica, que é o estudo dos livros da Bíblia e suas divisões, uma das principais disciplinas da teologia bíblica é a exegese e a hermenêutica, que é o estudo aprofundado dos textos, no contexto cultural, histórico, linguístico... e visa, principalmente estudar a evolução da revelação progressiva de Deus, pois Deus deu as Escrituras de forma progressiva, a Bíblia é um livro com início, meio e fim, assim, para entender a Bíblia é preciso conhecer todo o seu contexto. Para interpretar a Bíblia é importante fazer perguntas ao texto: “quem escreveu? ”, “para quem escreveu? ”, “o que estava acontecendo na época? ”... Tudo isso faz parte do estudo da teologia bíblica, que é, nada mais nada menos que interpretar os textos bíblicos.
O segundo ramo é a Teologia Sistemática, que estuda as doutrinas bíblica de forma sistemática, ou seja, uma de cada vez, como por exemplo: Cristologia, que estuda a pessoa de Cristo, Pneumatologia, que estuda a Pessoa do Espírito Santo, seus atributos, sua forma de agir, Harmatiologia, que estuda o pecado, Soteriologia, que estuda a doutrina da salvação, Escatologia, que é o estudo das últimas coisas, Eclesiologia, que é o estudo da igreja, e por aí vai...
E o terceiro ramo da Teologia é a Teologia prática ou teologia pastoral, que é a que cuida de aplicar os ensinamentos bíblicos e teológicos no dia a dia de cada crente, seria como perguntar: “o que disso que eu estudei eu vou aplicar na minha vida?
Essa foi uma breve introdução sobre o que é o estudo da Teologia, agora vamos ver no que isso interfere na vida do jovem:

Neste texto da segunda carta a Timóteo, é bem provável que Timóteo ainda estava pastoreando a igreja em Éfeso, esta carta foi escrita por Paulo no ano de 66 ou 67 d.C., 2 ou 3 anos após ter escrito a primeira carta a ele, no capítulo 4, versículo 12 da primeira carta à Timóteo, Paulo diz: “Ninguém despreze a tua mocidade; pelo contrário, torna-te padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza. ” Com isso, concluímos que Timóteo era muito jovem quando recebeu esta carta e quando já pastoreava a igreja em Éfeso. Este é um exemplo na Bíblia de um jovem que, no versículo 14 e 15 do texto que lemos já mostra que, desde muito jovem já era conhecedor das Escrituras Sagradas e do evangelho, que diz: “​Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste ​e que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus. ”.

Estudar teologia está diretamente ligado a estudar as Escrituras, há, inclusive uma disciplina da teologia que dá início à todas as outras: a Bibliologia, ou, o estudo das Escrituras. Nós lemos e ouvimos bons teólogos somente para ouvir o que eles conseguiram interpretar das Escrituras, porque todas as doutrinas teológicas são baseadas na Bíblia, e vemos que o jovem Timóteo já conhecia bem as Escrituras. Por isso, uma coisa que quero ressaltar aqui é o seguinte: você pode e deve estudar as obras de bons teólogos, porque, as vezes nós não temos o tempo que eles tiveram para se debruçarem nas Escrituras e nos trazer a sua interpretação, porém, em primeiro lugar em nossa lista de leitura deve estar a Bíblia, se algum teólogo disser algo e a Bíblia o contradizer, fique com a Bíblia.

Mas, em que estudar teologia pode influenciar na minha vida? Vamos voltar ao texto de 2 Timóteo, na parte b do versículo 15, que diz: “que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus. ”.
Somente estudando poderemos conhecer a obra de salvação! Hoje em dia, principalmente na internet, um dos temas mais debatidos entre àqueles que se interessam por teologia é a Soteriologia, a doutrina da salvação: de um lado os arminianos (ou sinergistas) e do outro os calvinistas (ou monergistas), não quero entrar muito à fundo neste tema por ser um tema extremamente polémico, e por saber que quem estuda a Bíblia a fundo reconhece a obra de salvação como ela foi decretada por Deus, só quero advertir em uma coisa: quando ou se forem entrar em um debate deste tema, que  vocês tentem instruir à pessoa a qual está debatendo com amor, respeito e compreensão, pois tenho visto muito isso na internet, os chamados “novos calvinistas”, ou “calvinistas de internet”, que estudaram um pouco de teologia reformada e quer sair atacando o irmão arminiano, o irmão pentecostal, vamos tentar ajuda-los à sair do erro, com amor.

Com isso entramos em outro ponto, sobre a importância do estudo da Teologia e das Escrituras, que diz no versículo 16: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça.”

A primeira aplicação que este texto traz que que estudar teologia vai prepara-lo para o ensino das Escrituras. Não necessariamente, ensinar em um seminário ou na igreja, seria ótimo se todos almejassem este ministério do ensino, mas também o deixará apto a ensinar da sua fé para as pessoas que te rodeiam, como você pode evangelizar uma pessoa se você mesmo não conhecer aquilo que você quer lhe ensinar? Quando mais novo com uns 13 -14 anos, em uma  igreja que frequentei, eu costumava sair com os jovens de lá para evangelizar nas ruas, e a gente encontrava pessoas diferentes, de vez em quando nós encontrávamos com pessoas, principalmente ateus convictos que nos faziam perguntas que nos deixavam sem respostas, pois não estávamos preparados para esse tipo de pergunta, então é bom sempre termos um bom conhecimento daquilo que acreditamos para estarmos prontos para expor tudo aquilo que cremos.

Com isso entramos na próxima aplicação que diz no texto que é: “repreensão”. Nesta segunda carta de Paulo à Timóteo no capítulo 2, Paulo vai falar com Timóteo sobre os falsos ensinos e falsas doutrinas. Estudando as doutrinas bíblicas mais à fundo estaremos prontos para repreender todo falso ensino que chegar aos nossos ouvidos. Uma das disciplinas do curso de Teologia é a Apologética, que é a defesa da fé. Estudar Teologia, estudar a apologética vai te deixar pronto para defender aquilo que você diz crer, aquilo que é a Sã Doutrina. 1 Pedro 3:15 “antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós”.

O próximo tópico, ou a próxima aplicação que o versículo 16 traz é a correção. Paulo escreveu para Timóteo, que era um jovem pastor, então ele o instrui a estar focado no estudo das Escrituras para corrigir aos membros da igreja de Éfeso que se desviassem dos ensinamentos bíblicos e pudessem estar em algum tipo de pecado, mas eu aqui vou trazer mais próximo à nossa realidade, pois a correção de membros é papel do pastor, sendo ele autoridade eclesiástica na vida daquela pessoa que necessita de correção. Aplicando isso à nós: o estudo é apto para corrigirmos à nós mesmos em algo que podemos estar fazendo que não está de acordo com os ensinos bíblicos. Isso só poderemos fazer se estudarmos e encontramos na Bíblia a respeito daquilo que podemos estar fugindo aos padrões Divinos. Então o estudo vai nos corrigir em algo que podemos estar falhando.

O que chega à próxima aplicação no texto: “a educação na justiça”, educação é o ensino e aprendizagem. No dicionário de James Strong, o termo que aqui foi traduzido como “justiça”, tem com um dos significados “doutrina que trata do modo pelo qual o homem pode alcançar um estado aprovado por Deus”. Então, com o estudo podemos aprender a chegar em um patamar onde sejamos aprovados por Deus, onde aprendemos os padrões Divinos e aprendemos à busca-los.

Tudo isso tem como finalidade, o que está no versículo 17: “a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”. Habilitado aqui quer dizer “completo”, “pronto”. “Para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente pronto para toda boa obra”.  Para que o homem alcance os padrões divinos e possa demonstrar isso com suas boas obras, suas boas ações.

Mas porque a importância de o jovem estudar Teologia? O estudo da Teologia é importante para todo cristão, mas em que se difere em relação ao jovem?

Meu pai costumava me dizer quando eu era mais novo: “estuda, menino, estuda porque você ‘tá’ novo e quando se é novo a cabeça ‘tá’ nova, com poucos quilômetros rodados e é mais fácil aprender”. Isso é verdade, o jovem tem maior facilidade em aprender, o jovem guarda com maior facilidade aquilo que lhe é falado. 1João 2.14 b diz: “Jovens, eu vos escrevi, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e tendes vencido o Maligno.” Não que o adulto, não deva estudar teologia, mas o jovem terá maior facilidade em aprender por cauda isso: ele vai gravar com maior facilidade. Então, o quanto antes o jovem se dedicar aos estudos da Palavra e da Teologia, mas fácil ele irá aprender.

Outro motivo que vejo que é importante o jovem estudar Teologia é porque o jovem é questionador! O jovem não vai acreditar em tudo o que lhe falar se não for bem convincente e bem convicto naquilo que lhe é exposto. Existem ótimos teólogos, como Charles Spurgeon, Agostinho de Hipona, os próprios Martinho Lutero e Calvino, alguns contemporâneos, como Augustus Nicodemus e Jonh Piper, que são homens como nós e podem errar em suas interpretações bíblicas, mas existem muitos líderes religiosos que cometem erros graves de interpretação que iniciam falsas doutrinas e falsos ensinam que, se forem expostas à um jovem que se interessa pelas Escrituras, que se interessa por Teologia, vai questioná-la biblicamente logo que lhe for apresentada. O jovem não acredita em tudo o que lhe falam! Isso é um atributo que contribui imensamente para o estudo da Teologia, porque o teólogo deve ser crítico naquilo que lê, naquilo que escuta, julgando segundo Escrituras, João 7:24 “Não julgueis segundo a aparência, e sim pela reta justiça”.

Outro ponto que percebo nos jovens é que o jovem pode ser influenciado com maior facilidade, principalmente no início da sua juventude. Com isso quero dizer que o jovem sofre muita tentação, tanto vinda de “amigos” e “colegas de escola”, e de sua própria carne. Paulo aconselha Timóteo, nesta segunda carta, capítulo 2, versículo 22: “Foge, outrossim, das paixões da mocidade. Segue a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor”. O jovem que estuda as Escrituras, é instruído nela a resistir à essas tentações, a pedir à Deus “não nos deixe cair em tentação”, nelas ele vai aprender o que é pecado, as consequências do pecado e como fugir dele. Em contra partida, o jovem teólogo pode influenciar o meio em que ele vive, influenciar as pessoas à sua volta, ao invés de ser influenciado pelo mesmo.

Nossa geração é privilegiada! Com a internet encontramos muito conteúdo bíblico e conteúdo teológico. Quando falo em o jovem estudar teologia não estou me referindo somente a se matricular em um curso de teologia, o que é ótimo, eu fiz e não me arrependo. Mas também tem muito material bom, muita literatura, muitos vídeos na internet sobre temas teológicos que estão acessíveis gratuitamente, ou com um pequeno investimento.

Meu amigo e meu irmão, estude, mas sempre em constante oração, alguns teólogos antigos diziam o seguinte: “orare et labutare”, é latim, significa: “Orar e labutar”, “orar e trabalhar”. É necessário nos esforçarmos, quando se fala e “labutar”, é estudar, ler, ouvir, procurar aprender, mas “Orar” vem antes, pois, como eu disse, somos falhos e podemos interpretar de forma errada o que lemos. Com a ajuda do Espírito Santo é que vamos conseguir interpretar plenamente o que diz as Escrituras Sagradas.

Deus abençoe!



C. H. Oliveira

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Praticantes da Palavra, Não Só Ouvintes

“Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos”
Tiago 1:22

Tiago escreveu esta carta aos crentes judeus que estavam em comunidade gentil, ou seja, aqueles que não eram judeus, provavelmente no ano de 49 d.C. Essa carta é uma carta pastoral, ou seja, uma carta com conselhos práticos e aplicações na vida daqueles que a lessem.
Uma das aplicações de Tiago nesta carta é exatamente a de se praticar o que se lê nas Escrituras. Tiago diz que quem lê e não pratica o que lê na Palavra, engana a si mesmo. Já ouvimos pessoas dizendo: “Faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço! ”, quem assim diz, o faz por saber que o que tem feito está errado, por falar o que seria certo e não o fazer, essa pessoa está sendo hipócrita. 
A expressão usada por Tiago neste texto como “praticante da palavra”, no original é: “ποιητης λογος” (“poietes logos”), que significa: “aquele que obedece e cumpre os ditos de Deus”. Praticar os ensinamentos divinos, praticar os ditos divinos, ou seja, a Palavra, é, além de tudo, um ato de obediência.
Tiago, nos versículos 23 e 24, compara àquele que lê e não pratica o que lê com uma pessoa que se vê num espelho e, ao sair da frente dele, se esquece da sua aparência. De igual forma as pessoas que, mesmo lendo a Bíblia todos os dias, fazendo planos de leitura, lendo a Bíblia inteira todo ano, se não praticar o que nela está escrito, se não praticar o que Jesus, os apóstolos, os profetas ensinaram, de nada valerá. Não estou dizendo que não se deve ler a Bíblia diariamente, pelo contrário, seria ótimo se você o fizer, a questão aqui, que quero deixar como uma reflexão para você, amigo leitor é:
O quanto do que você tem lido nas Escrituras você tem colocado em prática? (Reflita um pouco sobre isso)
No versículo 25, Tiago vai trazer uma boa consequência e uma boa finalidade para se praticar os ensinamentos divinos, ele vai dizer que, o homem que observa atentamente a lei perfeita - ou seja, que lê buscando aprender, não somente lê por ler – não esquecendo o que ouviu (Tiago diz “ouviu”, porque a maioria das pessoas não sabiam ler nem sequer tinham um exemplar das Escrituras), mas praticando, será feliz naquilo que fizer, ou bem-aventurado no que realizar! Se seguirmos os ensinamentos bíblico e aplica-los em nosso dia a dia, em tudo quanto fizermos, seremos bem-aventurados, seremos felizes.

Deus abençoe!

C. H. Oliveira