segunda-feira, 13 de março de 2017

O Cristão e o Politicamente Correto

                      O politicamente correto é uma ideologia que consiste em excluir toda e qualquer forma de discriminação, pregando uma linguagem neutra de qualquer preconceito. Em sua base, à primeira vista, parece uma ideologia que todos deveriam adotar, afim de não discriminar nenhum indivíduo. Entretanto, indo mais a fundo nessa ideia, logo se vê que essa política é contra o que diz as Escrituras.

                     As Escrituras nos ensinam a julgar segundo a “reta justiça” (Jo 7:24), baseado nisso, devemos ter a Santa Palavra de Deus como regra de fé e vida. Nela vemos, por exemplo, texto que irão contra algo que muito tem sido ensinado: a ideologia de gênero, que prega que o homem não nasce homem e que a mulher não nasce mulher, que isso é uma construção social, porém a Bíblia nos mostra que o Pai criou “macho e fêmea” (Gn 1.27). Num mundo politicamente correto, ao afirmar essa verdade bíblica você seria taxado de “preconceituoso” e “arrogante”.

                     A Bíblia ensina também, que os maridos devem amar suas esposas como Cristo amou a igreja (Ef 5.25), num mundo politicamente correto, até mesmo o ato de um homem pagar a conta num restaurante para a sua esposa ou namorada, ou puxar a cadeira para ela se sentar, podem ser considerados atos de preconceito, pois o homem se achou superior ao fazê-los e acha que a mulher é sua propriedade.  Sendo que o homem só quis ser romântico e fazer sua companheira feliz.

                      Ser um cristão não significa aceitar todas as deturpações que possam ser impostas pela sociedade. Independentemente do que está sendo ensinado pela maioria, a Bíblia deve sempre ser o manual de vida do crente. Não devemos ofender as pessoas, mas a partir do momento em que quiserem impor alguma ideia que esteja em desacordo com as Escrituras, devemos sempre aceitar o que diz a Palavra de Deus, ofendendo a quem ofender!


Deus abençoe!


C. H. Oliveira





quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Você Pode Ser Um Homicida e Não Saber!!! - 1 Jo 3:11-24

Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si
1 João 3:15

João escreveu esta carta provavelmente entre 85 e 90 d.C., sendo ele o único discípulo de Jesus ainda vivo, ele não a endereçou a ninguém, provavelmente esta carta tenha sido escrita para ser enviada a várias igrejas gentis. Esta carta é uma carta pastoral e instrutiva, foi escrita para dar segurança aos cristãos na fé e se opor aos falsos ensinos. Alguns chamam João de “o apostolo do amor”, pois ele vai falar muito sobre este tema em seus escritos.

João inicia, no versículo 11 reforçando que o mandamento de amarmos uns aos outros nos é ensinado desde o princípio, sendo este mandamento um ensinamento básico da fé cristã. Todo cristão, sem dúvida, tem conhecimento deste ensinamento, porém, a maioria de nós não o cumprimos de fato.
Nos versículos seguintes, João vai citar o episódio em que Caim mata seu irmão, expondo o real motivo deste homicídio: Caim era do Maligno e suas obras eram más e a de seu irmão eram justas. João vai dizer para não nos maravilharmos se o mundo nos odiar (v13). João aqui está reforçando que o amor fraternal, o amor uns pelos outros não é algo natural no mundo, pois, assim como Caim, os que são do mundo são do Maligno, e não conhecem o amor.
João, no versículo 14 diz que “passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte”, ou seja, nós não somos mais mundanos, agora que somos de Cristo, consequentemente amamos uns aos outros. João diz que, “aquele que não ama, permanece na morte”, com isso, ele quer dizer que, quem não ama o seu irmão, não se converteu realmente, estando ainda morto.
João prossegue, ainda fazendo um paralelismo com o episódio de Caim e Abel, dizendo que quem não ama seu irmão é assassino, e os assassinos não tem a vida eterna. João aqui é extremamente claro, quem não ama seu irmão, quem não ama o seu próximo é comparado a Caim, sendo ele um homicida e do Maligno, não alcançando a vida eterna.
No versículo 16, o apóstolo vai mostrar o porquê de, diferente dos que estão no mundo, conhecermos o amor: “Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos.”. Cristo deu a vida por nós, assim devemos nos doar a nossos irmãos, pois, nos foi anunciado este evangelho do amor, que Cristo nos amou e se deu na cruz em favor de nós, assim, podemos também nos doarmos um pouco em favor de nosso semelhante.
João, no versículo 18, vai reforçar algo que muito acontece no nosso meio: devemos amar uns aos outros de verdade, não somente nas palavras. É muito fácil dizer que amamos nosso irmão, mas não fazer nada por ele, ou até mesmo fazer algo por ele que o ajude em alguma necessidade, mas não o amando de fato. O amor deve ser verdadeiro, deve ser praticado não por culpa, ou esperando algo em troca, o amor deve ser praticado de coração, não em palavras.
Se somos cristãos, então devemos seguir os ensinamentos de Jesus!
João 15:12, Cristo diz: “​O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei”.

Deus abençoe!


C. H. Oliveira 


domingo, 29 de janeiro de 2017

[Estudo] O Jovem e a Teologia - 2Tm 3:14-17

Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste ​e que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus.
​Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.
2 Timóteo 3:14-17

Eu me interessei por teologia quando tinha uns 15 anos de idade, comecei a estudar mais a fundo e me apaixonei por ela. Eu tenho 24 anos e sou jovem, o que derruba o pensamento de que o jovem não se interessa por Teologia. Eu gostaria de falar com vocês um pouco sobre teologia e a importância de o jovem estudar teologia, incluindo alguns atributos específicos do jovem que podem contribuir ou influenciar nos estudos.
A palavra Teologia é derivada de duas palavras gregas: “theos” e “logos”, theos que significa “Deus” e logos que significa, neste contexto: “conhecimento”, “ciência”. Ou seja, Teologia é o estudo das coisas de Deus, o estudo das coisas divinas. A teologia de divide em, pelo menos, três ramos:
Teologia Bíblica, que é o estudo dos livros da Bíblia e suas divisões, uma das principais disciplinas da teologia bíblica é a exegese e a hermenêutica, que é o estudo aprofundado dos textos, no contexto cultural, histórico, linguístico... e visa, principalmente estudar a evolução da revelação progressiva de Deus, pois Deus deu as Escrituras de forma progressiva, a Bíblia é um livro com início, meio e fim, assim, para entender a Bíblia é preciso conhecer todo o seu contexto. Para interpretar a Bíblia é importante fazer perguntas ao texto: “quem escreveu? ”, “para quem escreveu? ”, “o que estava acontecendo na época? ”... Tudo isso faz parte do estudo da teologia bíblica, que é, nada mais nada menos que interpretar os textos bíblicos.
O segundo ramo é a Teologia Sistemática, que estuda as doutrinas bíblica de forma sistemática, ou seja, uma de cada vez, como por exemplo: Cristologia, que estuda a pessoa de Cristo, Pneumatologia, que estuda a Pessoa do Espírito Santo, seus atributos, sua forma de agir, Harmatiologia, que estuda o pecado, Soteriologia, que estuda a doutrina da salvação, Escatologia, que é o estudo das últimas coisas, Eclesiologia, que é o estudo da igreja, e por aí vai...
E o terceiro ramo da Teologia é a Teologia prática ou teologia pastoral, que é a que cuida de aplicar os ensinamentos bíblicos e teológicos no dia a dia de cada crente, seria como perguntar: “o que disso que eu estudei eu vou aplicar na minha vida?
Essa foi uma breve introdução sobre o que é o estudo da Teologia, agora vamos ver no que isso interfere na vida do jovem:

Neste texto da segunda carta a Timóteo, é bem provável que Timóteo ainda estava pastoreando a igreja em Éfeso, esta carta foi escrita por Paulo no ano de 66 ou 67 d.C., 2 ou 3 anos após ter escrito a primeira carta a ele, no capítulo 4, versículo 12 da primeira carta à Timóteo, Paulo diz: “Ninguém despreze a tua mocidade; pelo contrário, torna-te padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza. ” Com isso, concluímos que Timóteo era muito jovem quando recebeu esta carta e quando já pastoreava a igreja em Éfeso. Este é um exemplo na Bíblia de um jovem que, no versículo 14 e 15 do texto que lemos já mostra que, desde muito jovem já era conhecedor das Escrituras Sagradas e do evangelho, que diz: “​Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste ​e que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus. ”.

Estudar teologia está diretamente ligado a estudar as Escrituras, há, inclusive uma disciplina da teologia que dá início à todas as outras: a Bibliologia, ou, o estudo das Escrituras. Nós lemos e ouvimos bons teólogos somente para ouvir o que eles conseguiram interpretar das Escrituras, porque todas as doutrinas teológicas são baseadas na Bíblia, e vemos que o jovem Timóteo já conhecia bem as Escrituras. Por isso, uma coisa que quero ressaltar aqui é o seguinte: você pode e deve estudar as obras de bons teólogos, porque, as vezes nós não temos o tempo que eles tiveram para se debruçarem nas Escrituras e nos trazer a sua interpretação, porém, em primeiro lugar em nossa lista de leitura deve estar a Bíblia, se algum teólogo disser algo e a Bíblia o contradizer, fique com a Bíblia.

Mas, em que estudar teologia pode influenciar na minha vida? Vamos voltar ao texto de 2 Timóteo, na parte b do versículo 15, que diz: “que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus. ”.
Somente estudando poderemos conhecer a obra de salvação! Hoje em dia, principalmente na internet, um dos temas mais debatidos entre àqueles que se interessam por teologia é a Soteriologia, a doutrina da salvação: de um lado os arminianos (ou sinergistas) e do outro os calvinistas (ou monergistas), não quero entrar muito à fundo neste tema por ser um tema extremamente polémico, e por saber que quem estuda a Bíblia a fundo reconhece a obra de salvação como ela foi decretada por Deus, só quero advertir em uma coisa: quando ou se forem entrar em um debate deste tema, que  vocês tentem instruir à pessoa a qual está debatendo com amor, respeito e compreensão, pois tenho visto muito isso na internet, os chamados “novos calvinistas”, ou “calvinistas de internet”, que estudaram um pouco de teologia reformada e quer sair atacando o irmão arminiano, o irmão pentecostal, vamos tentar ajuda-los à sair do erro, com amor.

Com isso entramos em outro ponto, sobre a importância do estudo da Teologia e das Escrituras, que diz no versículo 16: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça.”

A primeira aplicação que este texto traz que que estudar teologia vai prepara-lo para o ensino das Escrituras. Não necessariamente, ensinar em um seminário ou na igreja, seria ótimo se todos almejassem este ministério do ensino, mas também o deixará apto a ensinar da sua fé para as pessoas que te rodeiam, como você pode evangelizar uma pessoa se você mesmo não conhecer aquilo que você quer lhe ensinar? Quando mais novo com uns 13 -14 anos, em uma  igreja que frequentei, eu costumava sair com os jovens de lá para evangelizar nas ruas, e a gente encontrava pessoas diferentes, de vez em quando nós encontrávamos com pessoas, principalmente ateus convictos que nos faziam perguntas que nos deixavam sem respostas, pois não estávamos preparados para esse tipo de pergunta, então é bom sempre termos um bom conhecimento daquilo que acreditamos para estarmos prontos para expor tudo aquilo que cremos.

Com isso entramos na próxima aplicação que diz no texto que é: “repreensão”. Nesta segunda carta de Paulo à Timóteo no capítulo 2, Paulo vai falar com Timóteo sobre os falsos ensinos e falsas doutrinas. Estudando as doutrinas bíblicas mais à fundo estaremos prontos para repreender todo falso ensino que chegar aos nossos ouvidos. Uma das disciplinas do curso de Teologia é a Apologética, que é a defesa da fé. Estudar Teologia, estudar a apologética vai te deixar pronto para defender aquilo que você diz crer, aquilo que é a Sã Doutrina. 1 Pedro 3:15 “antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós”.

O próximo tópico, ou a próxima aplicação que o versículo 16 traz é a correção. Paulo escreveu para Timóteo, que era um jovem pastor, então ele o instrui a estar focado no estudo das Escrituras para corrigir aos membros da igreja de Éfeso que se desviassem dos ensinamentos bíblicos e pudessem estar em algum tipo de pecado, mas eu aqui vou trazer mais próximo à nossa realidade, pois a correção de membros é papel do pastor, sendo ele autoridade eclesiástica na vida daquela pessoa que necessita de correção. Aplicando isso à nós: o estudo é apto para corrigirmos à nós mesmos em algo que podemos estar fazendo que não está de acordo com os ensinos bíblicos. Isso só poderemos fazer se estudarmos e encontramos na Bíblia a respeito daquilo que podemos estar fugindo aos padrões Divinos. Então o estudo vai nos corrigir em algo que podemos estar falhando.

O que chega à próxima aplicação no texto: “a educação na justiça”, educação é o ensino e aprendizagem. No dicionário de James Strong, o termo que aqui foi traduzido como “justiça”, tem com um dos significados “doutrina que trata do modo pelo qual o homem pode alcançar um estado aprovado por Deus”. Então, com o estudo podemos aprender a chegar em um patamar onde sejamos aprovados por Deus, onde aprendemos os padrões Divinos e aprendemos à busca-los.

Tudo isso tem como finalidade, o que está no versículo 17: “a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”. Habilitado aqui quer dizer “completo”, “pronto”. “Para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente pronto para toda boa obra”.  Para que o homem alcance os padrões divinos e possa demonstrar isso com suas boas obras, suas boas ações.

Mas porque a importância de o jovem estudar Teologia? O estudo da Teologia é importante para todo cristão, mas em que se difere em relação ao jovem?

Meu pai costumava me dizer quando eu era mais novo: “estuda, menino, estuda porque você ‘tá’ novo e quando se é novo a cabeça ‘tá’ nova, com poucos quilômetros rodados e é mais fácil aprender”. Isso é verdade, o jovem tem maior facilidade em aprender, o jovem guarda com maior facilidade aquilo que lhe é falado. 1João 2.14 b diz: “Jovens, eu vos escrevi, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e tendes vencido o Maligno.” Não que o adulto, não deva estudar teologia, mas o jovem terá maior facilidade em aprender por cauda isso: ele vai gravar com maior facilidade. Então, o quanto antes o jovem se dedicar aos estudos da Palavra e da Teologia, mas fácil ele irá aprender.

Outro motivo que vejo que é importante o jovem estudar Teologia é porque o jovem é questionador! O jovem não vai acreditar em tudo o que lhe falar se não for bem convincente e bem convicto naquilo que lhe é exposto. Existem ótimos teólogos, como Charles Spurgeon, Agostinho de Hipona, os próprios Martinho Lutero e Calvino, alguns contemporâneos, como Augustus Nicodemus e Jonh Piper, que são homens como nós e podem errar em suas interpretações bíblicas, mas existem muitos líderes religiosos que cometem erros graves de interpretação que iniciam falsas doutrinas e falsos ensinam que, se forem expostas à um jovem que se interessa pelas Escrituras, que se interessa por Teologia, vai questioná-la biblicamente logo que lhe for apresentada. O jovem não acredita em tudo o que lhe falam! Isso é um atributo que contribui imensamente para o estudo da Teologia, porque o teólogo deve ser crítico naquilo que lê, naquilo que escuta, julgando segundo Escrituras, João 7:24 “Não julgueis segundo a aparência, e sim pela reta justiça”.

Outro ponto que percebo nos jovens é que o jovem pode ser influenciado com maior facilidade, principalmente no início da sua juventude. Com isso quero dizer que o jovem sofre muita tentação, tanto vinda de “amigos” e “colegas de escola”, e de sua própria carne. Paulo aconselha Timóteo, nesta segunda carta, capítulo 2, versículo 22: “Foge, outrossim, das paixões da mocidade. Segue a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor”. O jovem que estuda as Escrituras, é instruído nela a resistir à essas tentações, a pedir à Deus “não nos deixe cair em tentação”, nelas ele vai aprender o que é pecado, as consequências do pecado e como fugir dele. Em contra partida, o jovem teólogo pode influenciar o meio em que ele vive, influenciar as pessoas à sua volta, ao invés de ser influenciado pelo mesmo.

Nossa geração é privilegiada! Com a internet encontramos muito conteúdo bíblico e conteúdo teológico. Quando falo em o jovem estudar teologia não estou me referindo somente a se matricular em um curso de teologia, o que é ótimo, eu fiz e não me arrependo. Mas também tem muito material bom, muita literatura, muitos vídeos na internet sobre temas teológicos que estão acessíveis gratuitamente, ou com um pequeno investimento.

Meu amigo e meu irmão, estude, mas sempre em constante oração, alguns teólogos antigos diziam o seguinte: “orare et labutare”, é latim, significa: “Orar e labutar”, “orar e trabalhar”. É necessário nos esforçarmos, quando se fala e “labutar”, é estudar, ler, ouvir, procurar aprender, mas “Orar” vem antes, pois, como eu disse, somos falhos e podemos interpretar de forma errada o que lemos. Com a ajuda do Espírito Santo é que vamos conseguir interpretar plenamente o que diz as Escrituras Sagradas.

Deus abençoe!



C. H. Oliveira

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Praticantes da Palavra, Não Só Ouvintes

“Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos”
Tiago 1:22

Tiago escreveu esta carta aos crentes judeus que estavam em comunidade gentil, ou seja, aqueles que não eram judeus, provavelmente no ano de 49 d.C. Essa carta é uma carta pastoral, ou seja, uma carta com conselhos práticos e aplicações na vida daqueles que a lessem.
Uma das aplicações de Tiago nesta carta é exatamente a de se praticar o que se lê nas Escrituras. Tiago diz que quem lê e não pratica o que lê na Palavra, engana a si mesmo. Já ouvimos pessoas dizendo: “Faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço! ”, quem assim diz, o faz por saber que o que tem feito está errado, por falar o que seria certo e não o fazer, essa pessoa está sendo hipócrita. 
A expressão usada por Tiago neste texto como “praticante da palavra”, no original é: “ποιητης λογος” (“poietes logos”), que significa: “aquele que obedece e cumpre os ditos de Deus”. Praticar os ensinamentos divinos, praticar os ditos divinos, ou seja, a Palavra, é, além de tudo, um ato de obediência.
Tiago, nos versículos 23 e 24, compara àquele que lê e não pratica o que lê com uma pessoa que se vê num espelho e, ao sair da frente dele, se esquece da sua aparência. De igual forma as pessoas que, mesmo lendo a Bíblia todos os dias, fazendo planos de leitura, lendo a Bíblia inteira todo ano, se não praticar o que nela está escrito, se não praticar o que Jesus, os apóstolos, os profetas ensinaram, de nada valerá. Não estou dizendo que não se deve ler a Bíblia diariamente, pelo contrário, seria ótimo se você o fizer, a questão aqui, que quero deixar como uma reflexão para você, amigo leitor é:
O quanto do que você tem lido nas Escrituras você tem colocado em prática? (Reflita um pouco sobre isso)
No versículo 25, Tiago vai trazer uma boa consequência e uma boa finalidade para se praticar os ensinamentos divinos, ele vai dizer que, o homem que observa atentamente a lei perfeita - ou seja, que lê buscando aprender, não somente lê por ler – não esquecendo o que ouviu (Tiago diz “ouviu”, porque a maioria das pessoas não sabiam ler nem sequer tinham um exemplar das Escrituras), mas praticando, será feliz naquilo que fizer, ou bem-aventurado no que realizar! Se seguirmos os ensinamentos bíblico e aplica-los em nosso dia a dia, em tudo quanto fizermos, seremos bem-aventurados, seremos felizes.

Deus abençoe!

C. H. Oliveira 




segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Alegrem-se, Regozijem-se no Senhor!

Paulo escreveu a carta aos crentes em Filipos por volta de 61 d.C. estando ele preso em Roma. Mesmo estando encarcerado, o tema principal desta carta é o “gozo”, ou a alegria em Cristo.
 A palavra “Gozo” ou “Regozijar”, nesta carta foi traduzida do mesmo termo: “χαρα” (chara), que significa: alegria, satisfação. Este termo é derivado de “χαιρω” (chairo), que é um verbo primário, que significa: estar contente, ficar extremamente alegre.
Mesmo estando em dificuldades, mesmo estando preso e com seu julgamento se aproximando, mesmo Paulo não sabendo se viveria ou morreria, ele escreve a carta aos Filipenses em alegria e os instruindo a estarem alegres também, por que a graça de Deus chegou até eles, Paulo se mostra feliz até diante de uma possível pena de morte (Fp 1:21).
Podemos dizer que a alegria de receber um presente de aniversário, ou de comprar algo que desejávamos muito é uma alegria passageira, uma alegria que dura um curto intervalo de tempo. Porém, o que o apóstolo diz aos Filipenses é que se alegrem em Cristo, alegria esta que deve se dar por termos sido libertos da escravidão do pecado, por termos nosso nome escrito no livro da vida. Em Lucas, capítulo 10, Jesus deu autoridade aos seus discípulos sobre os espíritos malignos, contudo, Ele os instrui a não se alegrarem por isso, mas sim, por terem seus nomes escritos nos céus (Lc 10:20).
Na carta aos Gálatas:5.22, Paulo coloca o gozo como um fruto do Espírito, logo, concluímos que este é proveniente dEle. Se estivermos com o Espírito Santo em nossas vidas, temos motivos para sermos alegres, temos motivos para nos regozijarmos. Mesmo estando em dificuldade, mesmo estando passando por momentos difíceis, mesmo em sofrimento (Leia sofre como lidar com o sofrimento), o Espírito Santo nos dá a certeza que tudo isso é passageiro, ”Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas.” (2Co 4:17,18). Tudo o que passamos aqui é passageiro, é temporal, devemos estar focados naquilo que não passará, naquilo que é atemporal. Paulo não se mostrou entristecido nem sequer com a morte lhe espreitando, pois ele tinha a certeza que em sua possível morte, ele estaria com Cristo, em virtude disso, ele diz que “morrer é lucro”.
Com isso, meus irmãos e amigos leitores, alegrem-se por saber que mesmo você sendo um pecador, merecedor da ira de Deus, Ele teve misericórdia de você e te tirou da escravidão do pecado e deu Seu Próprio Filho por sacrifício expiatório por seus pecados. Alegre-se, pois você vai morar com Deus, onde não há tristeza, nem rancor, nem dor. Alegre-se por saber que a graça de Deus te alcançou (Leia mais sobre a graça de Deus) e Ele, por meio de Cristo, perdoa nossos pecados. Alegre-se!

Deus abençoe!

 C. H. Oliveira


sábado, 21 de janeiro de 2017

Pecado e Justificação - Rm 3,23-26; 1Co 6.9-11

Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; Para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.

Romanos 3:23-26




Como o apostolo Paulo expressa aos Romanos, de um só homem o pecado e a morte entraram na humanidade, esse homem, Adão, pecou desobedecendo à ordem que o Pai havia lhe dado, fazendo assim, com que a sua natureza pura se corrompesse e, essa corrupção foi passada a todos os seus descendentes. 

O pecado tem sido visto de diversas formas dentro das igrejas, é comum se ouvir a frase: “não existe pecadinho e pecadão” de fato, para Deus não existe. Deus é, em Sua totalidade, Santo, Perfeito e Reto, baseados neste padrão, qualquer transgressão contra Ele cometida é um pecado descomunal. Entretanto, os homens criaram para si “pecadinhos” e “pecadões”, basicamente para organização e para estabelecer as devidas punições para cada um deles. Pode-se colocar, que aos padrões humanos, se colocam os pecados sexuais como “os maiores”, em virtude das suas consequências tanto na igreja, quanto na família. Contudo, não se pode basear nesta “hierarquia pecaminosa” como forma de julgamento espiritual ou salvífico. Pode-se concluir que cada ser humano que vive, viveu ou viverá neste planeta é, foi e sempre será um pecador sem tamanho diante de Deus. Pois, para Ele, o simples fato de nascermos em pecado já diz que se está fora de Seus padrões. Estabelecendo, assim, que a salvação depende da Graça.

Paulo, em 1 Coríntios 6:9-11 diz:

"Não sabeis que os injustos não hão de herdar o Reino de Deus? Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o Reino de Deus. E é o que alguns têm sido, mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus e pelo Espírito do nosso Deus."


Neste texto da primeira carta que Paulo escreveu aos coríntios, Paulo mostra que os injustos não herdarão o Reino de Deus. Mas como se sabe quem são os injustos, tendo em vista que todos pecaram? Esse reposta é simples, os injustos são aqueles que não foram santificados, nem justificados por Cristo.
Segundo o dicionário de James Strong, o termo que foi traduzido como “justificados” é o termo grego: (G01344) “δικαιοω (dikaioo)”, que significa:

1) tornar justo ou com deve ser;
2) mostrar, exibir, evidenciar alguém ser justo, tal como é e deseja ser; considerado;
3) declarar, pronunciar alguém justo, reto, ou tal como deve ser.


Este termo era usado no ramo do Direito, que queria dizer: “tornar alguém inocente”. Com o sacrifício de Jesus Cristo, e somente por ele, o ser humano corrompido pode ser tirado da condição de injusto, e ser justificado. Não significando que o homem justificado deixará de pecar, mas sim, que ele está em condição de pecador regenerado que está apto a alcançar o Reino de Deus.

Já o termo traduzido por “santificados” é o termo grego: (G037) “αγιαζω (hagiazo)”, que, também segundo Strong, significa:
1) entregar ou reconhecer, ou ser respeitado ou santificado
2) separar das coisas profanas e dedicar a Deus
2a) consagrar coisas a Deus
2b) dedicar pessoas a Deus
3) purificar
3a) limpar externamente
3b) purificar por meio de expiação: livrar da culpa do pecado
3c) purificar internamente pela renovação da alma

Este termo quer dizer que o homem pecador foi retirado das coisas profanas, sendo limpo e purificado para entregar-se a Deus.

Com isso, conclui-se que, sendo todos nós pecadores, carecíamos de uma obra divina para nos tornarmos justos e santos perante Ele, essa obra foi consumada por Jesus Cristo que derramou Seu sangue em obra expiatória nos justificando perante Deus de nossos pecados, e nos santificando, por mais que esta santificação não seja alcançada por completa em nossos corpos decaídos, o Espírito Santo nos auxilia a crescermos em santidade até a alcançarmos plenamente.


C. H. Oliveira

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Membros da Família de Deus - Ef 2.11-22

“Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus,”
Efésios 2:19 NVI

                    Quando Deus chamou a Abraão, decidiu que dele faria uma grande nação (Gn 12.2) e que eles seriam o Seu povo. Os descendentes de Abraão formaram a nação de Israel, sendo eles a nação que Deus escolheu para O adorar, Deus estava com eles desde o início da nação. Enquanto as outras nações da terra estavam entregues ao engano e a idolatria, tendo para si outros deuses e vivendo sob a corrupção da carne. Essas nações estrangeiras que não adoravam ao Deus verdadeiro eram chamadas de gentis. 

                   No Antigo Testamento, somente os judeus adoravam ao Senhor, entretanto, haviam promessas de que chegaria um tempo em que outros povos, ou seja, os gentios, conheceriam ao Senhor e O adorariam; promessas como a do profeta Oséias: 

"E semeá-la-ei para mim na terra, e compadecer-me-ei dela que não obteve misericórdia; e eu direi àquele que não era meu povo: Tu és meu povo; e ele dirá: Tu és meu Deus!"
Oséias 2:23

          Essas promessas vieram a se cumprir com a morte de Cristo, onde, outras nações puderam conhecer ao Senhor por intermédio do Seu Filho. Pois nós, que não viemos de descendência abraâmica, fomos justificados pela fé em Cristo (Rm 5.1). O termo "justificados", vem do original "δικαιοω" (dikaioo), que significa: tornar justo; mostrar, evidenciar alguém ser justo; pronunciar alguém justo. Este termo era usado no Direito, no sentido de que alguém culpado perante a lei se tornou inocente. Assim, nós que éramos pagãos, fomos inocentados de nossos pecados pelo sangue de Jesus.

           Paulo começa o texto da carta aos Efésio 2:11, pedindo para que lembremos da nossa realidade. Assim como os cristãos em Éfeso, nós não somos de descendência de Abraão, logo, nossa descendência pagã não participava das alianças feitas entre Deus e o povo judeu (v.12). Agora que estamos em Cristo, nós fomos aproximados de Deus mediante ao Sangue de Cristo (v.13), destruindo a barreira que nos separava da nação israelita (v.14).

          Tendo Cristo morrido e, assim, destruído a barreira que nos separava de Israel, Ele cumpriu em Si mesmo as leis e ordenanças exigidas aos judeus (v. 16). Paulo coloca a relação de Israel e as outras nações como de inimizade, mas Jesus quebrou essa inimizade por meio da cruz, fazendo, assim, com que nos reconciliássemos em Deus com eles, formando um só povo. Agora, tanto os gentios, quanto os israelitas que creem em Jesus, tem acesso ao Pai por um só Espírito (v. 18).

         Assim, fomos chamados por Cristo, e por Sua morte, nós hoje temos acesso ao Pai, não sendo mais estrangeiros, mas sim, concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados nos ensinamentos dos profetas e dos apóstolos e tendo Cristo como o centro. 

Deus abençoe


C. H. Oliveira